julho 25, 2006

O mundo depois de 11 de setembro

Os fatídicos eventos de 11 de setembro de 2001, em Nova York e Washington, são um divisor de águas na história da humanidade, tão significativos quanto a tomada da Bastilha em 1879 ou o assassinado do Arquiduque Francisco Ferdinando em 1914, senão mais. Tais eventos, comumente designados de "Ataques Terroristas Islâmicos às Torres Gêmeas e ao Pentágono", propiciaram ao governo dos Estados Unidos da América, então enlameado em denúncias de fraude eleitoral e em meio a grave crise econômica, encontrar um inimigo externo que conferisse unidade de ideiais à população e justificasse suas políticas externas e internas.
No dia 12 de setembro, o mundo era outro. Havia se iniciado a "Guerra ao Terror".
Hoje, o terror impera no mundo – especialmente no Oriente Médio –, incitando-me a iniciar este blog.
No Afeganistão, a invasão estadunidense, iniciada no final de 2001, ainda está em curso, com cerca de 40.000 soldados envolvidos: o país voltou a plantar papoulas para a produção de ópio, a milícia Talibã impera no sul, e a cada dia um número maior de "terroristas" morre nos ataques coordenados pelas forças dos EUA e aliados, no entanto, estes não conseguem vencer a guerra.
No Iraque, a presença de 140.000 soldados não foi capaz de pacificar o país – pelo contrário: a derrubada do governo de Saddam Hussein e de suas instituições político-administrativas, sem a sua substituição por nada equivalente, fez do país um imenso campo de lutas entre os diversos grupos sectários que buscam o poder, que se unem às lutas dos grupos de resistência contra o poder invasor. O país hoje é um imenso campo da morte, onde mais de 45.000 civis já foram mortos em pouco mais de três anos de guerra – do outro lado, morreram mais de 2.500 soldados estadunidenses, o que não é um número insiginificante para a maior potência militar do planeta. O terrorismo de Estado das forças invasoras contra a população, com os bombardeios indiscriminados contra alvos civis, destruição de infra-estrutura, prática de tortura e prisões indiscriminadas, vem criando não a esperada democracia, mas uma nova geração de anti-imperialistas, dos quais uma parte será facilmente arregimentada pelos grupos terroristas que têm nos Estados Unidos seu perfeito inimigo.
E na Palestina e no Líbano, seguindo os passos de seu tutor e mantenedor, o pequeno Israel mantém a destruição sistemática da nação palestina, e reiniciando há quinze dias a destruição do Estado do Líbano, sob os olhares turvos da chamada “comunidade internacional”.

O terror não é o Hizbollah seqüestrar dois soldados israelenses, visando negociar uma troca por prisioneiros libaneses e palestinos nas prisões israelenses (há cerca de 10.000 deles, todos extra-judicialmente apreendidos e mantidos por Israel). O terror é a reação do Estado Sionista, provocando a morte entre a população civil libanesa, destruindo a infra-estrutura do país que se recuperava de 15 anos de guerra, e gerando, como os EUA no Iraque, uma nova geração de anti-sionistas convictos, dispostos a dar a vida na luta contra o opressor sionista.

5 Comentários:

Anonymous Anônimo said...

Andre,

Gostei muito do seu blog. Impressionante!

Abs,

Daniel Veras

segunda-feira, julho 31, 2006  
Anonymous Anônimo said...

..."Desde de que seja a minha, viva a democracia"... esta é a máxima de Bush.
Triste é termos tantos incautos !!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, agosto 09, 2006  
Anonymous Anônimo said...

HÁ UM CONSENSO MUNDIAL DE QUE TUDO O QUE FOI DITO NESTE COMENTÁRIO É LÚCIDO E VERDADEIRO. CERTAMENTE, CONSENSO ENTRE OS QUE DE ALGUMA FORMA DESPERTARAM DA GRANDE ILUSÃO QUE É A MARAVILHOSA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL, COM TODAS AS SUAS MENTIRAS CHAMADAS POR SEUS IDEÓLOGOS DE LIBERTÁRIAS.

sábado, setembro 02, 2006  
Anonymous Anônimo said...

parabens! pelo magnifico trabalho.

domingo, dezembro 18, 2011  
Anonymous Anônimo said...

sparabens! pelo magnifico trabalho.

domingo, dezembro 18, 2011  

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