julho 06, 2008

11 DE SETEMBRO: TERRORISMO DE ESTADO (sumário)

O grande atentado terrorista de 11 de Setembro de 2001: sumário das postagens anteriores
Quase sete anos depois do fatídio 9-11, torna-se cada vez mais evidente o envolvimento do governo dos Estados Unidos na organização do atentado terrorista - hoje já são 36% os estadunidenses que acreditam nesta hipótese.
Em Setembro12, estamos oferecendo informações importantes e sobre cada aspecto da conspiração de Estado, oferecendo enlaces importantes para outros sítios e documentos que questionam a versão oficial do governo estadunidense. Progressivamente incluiremos outras postagens com informações sobre outros aspectos da conspiração, tais como os ganhos financeiros, as implosões dos prédios 1, 2 e 7 do WTC, as omissões da versão oficial e muito mais. A cada dia surgem novas evidências do envolvimento de altos escalões do governo neste grande atentado terrorista provavelmente o maior jamais registrado, se excetuarmos a destruição de Hiroxima e Nagazaki em agosto de 1945.

SUMÁRIO DAS POSTAGENS ANTERIORES

O mundo depois de 11 de setembro

11 de setembro: documentos e imagens

Mentiras de Estado (1): o atentado ao Pentágono

Mentiras de Estado (2): o atentado ao World Trade Center

Mentiras de Estado (3): faça o teste dos vôos inexistentes

Mentiras de Estado (4): filmes sobre o 11 de Setembro

Divulgue, freqüente e comente SETEMBRO12

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agosto 24, 2007

De Saigon a Bagdá

Quanto mais procura justificativas para a injustificada invasão do Iraque, mais se enreda o presidente estadunidense em mentiras e falsidades.
Seu último lance foi a distorção da História apresentada em discurso para veteranos de guerra no dia 22 de agosto, em que a luta contra os japoneses na II Guerra Mundial, a Guerra do Vietnã e a Operação “Liberdade para o Iraque” foram apresentadas como uma mesma luta: a luta ideológica entre os defensores da liberdade (os estadunidenses e seus aliados, é claro) e os inimigos da liberdade (os outros). O raciocínio de Bush vai além: para ele, foi a saída prematura das tropas estadunidenses do Vietnã que desencadeou a violência que se seguiu, tanto naquele país como no Camboja.
Embora incorretas, as comparações do líder estadunidense servem a algumas considerações importantes. Primeiramente, há de se considerar uma diferença básica entre os “malvados militaristas japoneses” e os "malvados comunistas e islamistas": o Japão efetivamente iniciou a construção de um Império na década de 1930, invadindo e ocupando os países vizinhos (China, Indonésia, Indochina...) e agredindo os Estados Unidos (no bombardeio a Pearl Harbor, que levou o gigante norte-americano a entrar na Segunda Guerra Mundial). Quanto aos comunistas do Vietnã, ou os “fascistas islâmicos” que habitam o Iraque (e certamente o Irã, a Síria, a Palestina...), a realidade é que nunca apresentaram ameaça concreta aos Estados Unidos – mesmo se considerarmos válida a versão oficial dos eventos de 11 de setembro de 2001, o que implicaria a Al-Qaeda mas não Saddam Hussein nos atentados.
Outras diferenças saltam aos olhos ao se comparar a luta contra os japoneses e a luta contra os vietcongs ou iraquianos: no primeiro caso: tratava-se de fazer regredir o Império que se havia expandido por todo o sudeste asiático estendia suas garras pelo Oceano Pacífico, ameaçando a América. No caso do Vietnã e do Iraque, trata-se de tentar impor um regime de ocupação que dê sustentação a um governo títere local que de outra forma não teria forças de se manter. Assim, bastou a retirada dos militares estadunidenses de Saigon para o governo sul-vietnamita ruir diante do ímpeto da guerrilha comunista dos vietcongs. E bastará uma eventual retirada estadunidense do Iraque para que imediatamente colapse o governo instalado em Badgá (que de forma alguma tem o controle sobre todo o país). Para sintetizar, pode-se dizer que a grande diferença é que, no caso do Japão, os Estados Unidos lutaram contra uma potência imperialista militarista em expansão; no caso do Vietnã e do Iraque, são os Estados Unidos a potência imperialista militarista a invadir outras regiões visando dar vazão a seus interesses estratégicos e econômicos.
Se a guerra contra o Japão, pelos motivos apontados, não serve como parâmetro de comparação, o Vietnã devia ensinar muito ao presidente em final de mandato – que acredita, segundo palavras do discurso aos veteranos, que teria sido melhor ficar mais alguns anos no Vietnã, o que faria certamente que o muro negro com os nomes dos soldados estadunidenses mortos já estivesse cercando a cidade de Washington.
No Vietnã e no Iraque, ao contrário do que afirma o aluado presidente, foi a presença das forças armadas estadunidenses (e sua violência, seu desrespeito, seus preconceitos) que intensificou o grau de violência. Pode-se razoavelmente supor que a ausência de apoio francês e depois estadunidense ao governo de Saigon levaria uma rápida vitória dos vietcongs, levando o Vietnã do Sul a unir-se ao já comunista Vietnã do Norte sem maiores traumas (e evitando a radicalização do Camboja, iniciada após os arrasadores bombardeios estadunidenses). Quanto ao Iraque, as próprias agências de segurança e informação dos Estados Unidos constataram, em relatório de setembro de 2006, que o radicalismo islâmico, mais do que diminuir, vem aumentando e espalhando-se pelo globo, e que a Guerra do Iraque é uma das razões para a difusão da "ideologia jihadista", tornando o problema do terrorismo muito pior.
Em ambos os casos, a principal lição histórica a se considerar é a impossibilidade de se vencer uma guerra de ocupação, por mais poderoso que seja o poder ocupante e suas forças armadas. Que o digam os ingleses ou russos que tentaram no século XIX e XX ocupar o Afeganistão; os franceses, que com toda superioridade militar foram expulsos da Indochina e da Argélia; os israelenses, que conseguem destruir, mas não ocupar toda a Palestina; os próprios japoneses, que no alvorecer da década de 1940 pareciam imbatíveis no sudeste asiático.
As guerras de ocupação – como é a “Guerra ao Terror” empreendida por Bush Júnior, por enquanto tendo como alvos Afeganistão e Iraque, e possivelmente Irã e Síria – têm um diferencial em relação à “guerra tradicional”, opondo dois ou mais países e suas forças armadas: as forças de ocupação lutam contra toda a população, não distinguindo combatentes de civis. O saldo, por pior que possa ser para o poder ocupante, é catastrófico para o país ocupado e sua população. Oremos pelo Iraque e pelos iraquianos.

junho 06, 2007

Seis dias e quarenta anos: a consolidação da cegueira sionista

André Gattaz, especial para Setembro12
A chegada do 40º aniversário da Guerra dos Seis Dias, além da intensificação do conflito entre palestinos e israelenses recentemente observada, novamente trouxe à tona a chamada “questão palestina” – pois até hoje o Estado palestino não passa das meras questões: Quando? Onde? Como? As possibilidades de real solução do problema são ínfimas, pois não há vontade política por parte do principal ator das relações internacionais – o governo dos Estados Unidos – em usar de sua influência política, militar e econômica para levar a uma solução aceita para ambos os lados.
Para melhor se compreender os eventos atuais, faço um retrospecto histórico, retornando ao conturbado início do Estado de Israel, em 1948. Nesse ano, a rejeição dos países árabes ao plano de partilha proposto pela Organização das Nações Unidas, somada à ambição sionista de conquistar mais terras do que as que lhes foram designadas por este plano, deu origem à chamada primeira guerra árabe-israelense (1948-49). Nesta, Israel venceu os Estados árabes vizinhos e conquistou parte dos territórios que pertenceriam, pelo plano de partilha, ao Estado palestino. Além da conquista da terra, os colonos sionistas e seu exército expulsaram grande parte da população nativa da região que veio a constituir o Estado de Israel, equivalente a 78% da Palestina histórica. Suas novas fronteiras foram imediatamente reconhecidas pelos principais atores da geopolítica internacional, embora não pelos Estados árabes. Quanto ao Estado palestino projetado no plano de partilha, jamais veio a existir, e dos restantes 22% da Palestina que não foram ocupados por Israel, a Cisjordânia foi incorporada à Jordânia e a Faixa de Gaza passou a ser administrada pelo Egito.
Esta situação, embora criticada pelos opositores de Israel à época, parecia tornar-se permanente, e certamente o tempo teria levado os países árabes a aceitarem a existência do Estado de Israel, que por sua vez deveria abrir mão de novas conquistas e manter-se restrito às fronteiras de 1948-1949, reconhecidas internacionalmente.
Nessa época, o Estado judaico deu início à construção do que o ex-ministro da Justiça israelense Yossi Beilin chama de “a mais quieta e mais bonita década de sua vida. [...] As crianças pegavam ônibus e os pais não se preocupavam pelas suas vidas. [...] Israel da década de 1960 era um país que estava florescendo e seguro de si mesmo, absorvendo os imigrantes, conectado com o Oriente e o Ocidente. [...] O mundo saudou o grande sucesso israelense nos campos agrícola, militar, e do recebimento de novos imigrantes, e parecia que nada podia interromper este desenvolvimento.”
Efetivamente, as décadas de 1950 e 1960 marcaram o crescente reconhecimento internacional de Israel como um Estado democrático e socialmente justo – embora persistissem diferenças internas entre os habitantes judeus azkenazis e sefaradis, e entre estes e os árabes palestinos que se tornaram cidadãos de Israel. No plano externo, entretanto, o Estado israelense foi ampliando suas relações, e em alguns momentos chegou a ser considerado modelo de desenvolvimento a ser seguido por outros países – especialmente os recém-descolonizados países africanos.
A situação mudou radicalmente para Israel após junho de 1967, quando o governo de Levi Eshkol, tendo Moshe Dayan como ministro da defesa e Ytzhak Rabin como chefe do Estado Maior, decidiu ocupar os territórios palestinos da Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental (além das Colinas de Golã, pertencentes à Síria). Os cidadãos palestinos foram colocados sob regime de ocupação militar, enquanto o Estado judaico iniciava a construção de assentamentos judaicos nos melhores setores dos territórios ocupados.
É esta guerra, conhecida como Guerra dos Seis Dias, que está na origem do problema atual – alguns israelenses consideram-na o erro mais grave cometido por Israel na luta pela sua afirmação nacional, pois o país foi então tomado pela cegueira de não ver a situação dos palestinos nos territórios ocupados, e de acreditar que a colonização judaica destes territórios seria compatível com a manutenção dos palestinos em situação de miséria econômica, privação de liberdade e ausência de expectativas.
A ocupação dos territórios foi imediatamente condenada pela ONU, que por meio da Resolução 242 do Conselho de Segurança exigiu a incondicional retirada israelense – o que nunca ocorreu, à exceção da desocupação, em agosto de 2005, da Faixa de Gaza, onde 8.500 colonos israelenses, protegidos por 15.000 soldados e controlando 40% do território, viviam em meio a 1,5 milhões de palestinos concentrados nos restantes 60% da área. (É interessante notar o duplo padrão de comportamento das nações representadas no Conselho de Segurança da ONU ao não exigirem que Israel respeite suas resoluções, ao contrário do que ocorreu com outros estados que violaram o direito internacional, como o Iraque de Saddam Hussein, punido em 1991 por ter invadido o Kuwait.)
Com o descumprimento, por parte de Israel, da Resolução 242 (e de todas as outras que ano a ano reafirmaram seus termos), e a inação das Nações Unidas no sentido de cobrar deste Estado a obediência a seus termos, ganhou força, entre a diáspora palestina, a Organização pela Libertação da Palestina, que, por meio de métodos legais e ilegais começou a lutar contra a existência do Estado de Israel – de fato, apenas nos anos 1978-1982 a OLP reconheceria o direito do Estado judaico à existência, abrindo mão de métodos terroristas para combater o sionismo.
Ao mesmo tempo começou a se desenvolver, nos Territórios Ocupados Palestinos (designação adotada pela ONU), uma resistência mais ou menos pacífica contra o Poder Ocupante (designação adotada pela ONU), explodindo em movimentos violentos de tempos em tempos, como entre 1988 e 1991, quando se deu a primeira Intifada (“levantamento” ou revolta), também conhecida como revolta das pedras (principal arma então utilizada pelos palestinos contra os soldados de ocupação israelenses).
Iniciaram-se então as negociações bilaterais de paz que se tornaram conhecidas como processo de Oslo, que de fato lançou as sementes da bantustanização da Palestina. Segundo diversos acordos firmados entre os anos de 1993 e 2000, os territórios ocupados foram divididos em diversos setores, nos quais os poderes civil e militar passariam pouco a pouco para os palestinos. Ao mesmo tempo, seriam realizadas retiradas progressivas do exército de ocupação, além do desmantelamento de alguns assentamentos judaicos. Por meio desse processo, ao cabo de sete anos a Autoridade Palestina passou a controlar menos de 10% dos territórios ocupados, enquanto nos restantes 90% mantinha-se a exploração econômica israelense dos recursos naturais, a construção de novos assentamentos e estradas, e a ocupação militar.
Aos olhos do mundo o processo de paz corria bem. Em maio de 2000, quando o presidente estadunidense Bill Clinton convidou os representantes israelenses e palestinos a Camp David para uma última rodada decisiva de negociações, parecia estar próximo um acordo final. Após quinze dias de intensos debates, entretanto, a delegação palestina acabou por recusar a oferta feita pelo primeiro-ministro Ehud Barak, que, segundo ele mesmo, ofereceu mais do que qualquer líder israelense havia jamais oferecido aos palestinos.
Na imprensa e na comunidade internacional, o fracasso foi imediatamente atribuído à “intransigência” do líder palestino Yasser Arafat, que não estaria interessado na pacificação. Entre as condenações públicas a Arafat, porém, jamais foi exibido e comentado o mapa dos territórios oferecidos por Israel para a construção do Estado Palestino: uma verdadeira colcha de retalhos, composta por dezenas de trechos isolados de terra, alguns tão pequenos como um pequeno sítio rural brasileiro, separados por cercas, entremeados por estradas de uso exclusivo dos israelenses e por duas centenas de assentamentos judaicos onde residiam mais de 400.000 colonos, ocupando as terras mais férteis e ricas de recursos minerais (ver mapa abaixo).
A ilusão de um processo de paz que iria levar ao tão sonhado Estado palestino fez com que ao longo dos anos 1990 o movimento de resistência permanecesse adormecido, ganhando força os setores da sociedade simpáticos a uma acomodação com Israel. O fracasso do processo de paz, porém, unido à situação desesperadora dos palestinos nos territórios ocupados e a uma provocadora visita do deputado Ariel Sharon à Esplanada das Mesquitas, fez com que em setembro de 2000 eclodisse a Nova Intifada, a nova revolta palestina contra a ocupação israelense.
Em Israel, o governo trabalhista, responsável pela fracassada condução do processo de Oslo, foi substituído pelo governo direitista do Likud, personificado na pessoa do primeiro-ministro Ariel Sharon – antigo desafeto do mundo árabe e palestino, tendo liderado a campanha israelense no Líbano em 1982, que deixou o saldo de mais de 20.000 civis libaneses mortos e a capital Beirute destruída, e conduzido o processo de construção de assentamentos ilegais em território ocupado palestino nos anos em que foi Ministro da Habitação.
Com o retorno do Likud ao poder, o discurso da “terra por paz” trabalhista foi substituído pelo da “segurança interna” de sionistas inspirados em Zeev Jabotinsky, que já em 1923, prevendo a reação árabe à ocupação sionista da Palestina, teorizou (e profetizou):
“Não podemos prometer qualquer recompensa nem aos árabes da Palestina nem aos de fora da Palestina. Um acordo voluntário é inalcançável. [...] Devemos ou suspender os nossos esforços de ocupação ou continuá-los sem prestar atenção à disposição de ânimo dos nativos. Assim, a ocupação pode se desenvolver sob a proteção de uma força que não dependa da população local, por trás de uma muralha de ferro que eles não terão o poder de destruir.”
O novo governo de Ariel Sharon, considerando que as ações violentas de Israel são reações ao “terrorismo palestino” (deixando de notar que a resistência palestina é a reação à ocupação israelense de seus territórios), imediatamente intensificou a repressão aos palestinos. Ao mesmo tempo, foi retomada com todo vigor a desapropriação de terras palestinas para a construção de assentamentos judaicos, e intensificados os ataques à infra-estrutura da Autoridade Palestina, destruindo o pouco que havia sido construído nos anos do processo de Oslo.
Entre os palestinos, perdiam força os moderados, ganhavam força os grupos de resistência mais intransigentes, tais como o Hamas e a Jihad Islâmica, que passaram a promover ataques não apenas contra o exército de ocupação israelense, mas também contra a população civil de Israel, dando justificativas à reação dos “falcões” israelenses e gerando um círculo vicioso que parece longe de terminar – apesar do otimismo de alguns a cada vez que se inicia um novo estágio de negociações, como o que atualmente ocorre entre Ehud Olmert e Mahmoud Abbas.
Visando sedimentar a ocupação sionista da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, o governo israelense deu início à construção do vergonhoso muro previsto metaforicamente por Jabotinsky – na verdade, um complexo de fortificações composto por muros, cercas, fossos, barreiras, portões de controle, torres de segurança e equipamentos de vigilância eletrônica, orçado em mais de um milhão de dólares o quilômetro linear. Embora o governo israelense denomine-o “cerca de segurança”, o complexo vem sendo conhecido no restante do mundo como “muro da vergonha” ou ainda “muro do Apartheid”, numa triste recordação dos tempos do apartheid que separava negros e brancos na África do Sul, ou do muro de Berlim que simbolicamente separava o comunismo do capitalismo, e que com tanto simbolismo foi derrubado em 1989.
O muro do apartheid vem criando uma separação de fato das regiões oferecidas aos palestinos no processo de paz de Oslo, como se pode notar pela comparação entre o mapa do fracassado Acordo de Camp David e o mapa das sessões já construídas e projetadas do muro israelense (ver adiante). O muro não cerca a Cisjordânia, como pensam algumas pessoas que nunca viram o mapa, porém é construído dentro do território ocupado, criando verdadeiros bantustões onde devem ficar restritos os palestinos, no que pode ser considerada a maior prisão do mundo, pois está restringindo a liberdade de toda uma nação. Segundo a Corte Internacional de Justiça, em parecer de 9 de julho de 2004, a construção deste muro e seu regime associado de clausura “são contrários à lei internacional”.
À esquerda: Acordo de Camp David, 2000; à direita: traçado do "muro de segurança".




Enquanto o leitor tem diante de si este texto, o muro continua avançando qual serpente furiosa através dos campos e cidades palestinas. Os camponeses são separados de suas terras, e os pais são separados de seus filhos; os estudantes não conseguem chegar às escolas, os doentes morrem antes de chegar aos hospitais. Os palestinos não têm o controle de suas fronteiras externas, e nem o controle da água e dos demais recursos naturais. E a destruição é sistemática. A destruição das pobres e rústicas casas dos aldeões palestinos; a destruição de suas oliveiras e laranjeiras; a destruição de seus hospitais e ambulâncias; a destruição de toda infra-estrutura urbana; a destruição das famílias e dos lares, e a destruição arbitrária de qualquer esperança que possam ter os palestinos, de que dias melhores virão.
A construção do muro do apartheid, juntamente à desocupação israelense da Faixa de Gaza em meados de 2005, leva-nos a refletir sobre os reais interesses do governo israelense (de Ariel Sharon e de seu sucessor Ehud Olmert). Suspeito que seja nos 340 km2 da Faixa de Gaza em que Ariel Sharon pretende criar o “Estado Palestino” – um Estado bastante particular, com uma área equivalente à do bairro de Parelheiros, em São Paulo, sem direito ao controle do espaço aéreo, marítimo e das fronteiras, desprovido de recursos naturais tais como água ou petróleo, com uma população desamparada e à beira do desespero. As regiões mais importantes para os palestinos – a Cisjordânia e Jerusalém Oriental – continuarão a ser silenciosamente ocupadas pelos colonos judeus (que hoje já somam 440.000), apoiados pelo governo sionista, enquanto aldeias e bairros palestinos são impiedosamente destruídos pelos tanques e tratores israelenses.
E o futuro da região permanecerá, mais uma vez, comprometido pela cegueira do colonialismo sionista, insensível à desmaterialização do sonho do Estado palestino, obcecado pela “segurança” que só virá quando o próprio estado judaico respeitar a lei internacional e desocupar, após quarenta anos, os territórios tomados em seis dias.
André Gattaz é historiador e jornalista. Autor de A Guerra da Palestina: da criação do Estado de Israel à Nova Intifada (São Paulo: Usina do Livro, 2003).

maio 04, 2007

Crise no governo sionista

O primeiro-ministro Ehud Olmert vinha sendo cozinhado em fogo brando; publicação de relatório aquece o óleo para sua fritura
A publicação do relatório preliminar da Comissão Winograd, que avalia a conduta do governo israelense agressão ao Líbano e guerra contra o Hizbollah empreendida em julho-agosto de 2006, deixou o já enfraquecido primeiro-ministro israelense em situação mais do que delicada. Sua renúncia é desejada pela maioria absoluta da população e exigida por líderes políticos – inclusive do próprio partido de Olmert, o Kadima, como a vice-primeira-minsitra e chanceler Tzipi Livni, estrela ascendente na política sionista.
O relatório atinge fortemente Olmert e seus dois principais assessores militares à época da ofensiva contra o Líbano: o ministro da Defesa Amir Peretz, que permanece no cargo, e o chefe do Estado-Maior militar, Dan Halutz, que renunciou em janeiro de 2007, cinco meses após a ofensiva que visava destruir o Hizbollah e resgatar os dois soldados israelenses seqüestrados – objetivos estes que não foram cumpridos.
Segundo a agência EFE, o relatório considera Olmert o responsável ministerial e pessoal pelos erros nas decisões tomadas, por ser a máxima autoridade no Governo e no Exército. Olmert teria decidido entrar no conflito de forma apressada e sem consultas adequadas ao Exército. Já o ministro da Defesa, Amir Peretz, acusado de não ter experiência militar e nem conhecimento na matéria, "não pediu nem examinou os planos do Exército, não verificou a preparação (das Forças Armadas) nem os planos apresentados pelo Exército". Ainda segundo o relatório preliminar da Comissão Winograd, o ex-chefe militar Dan Halutz é acusado de "arrogância" por tomar as decisões de forma individual, sem levar em conta as opiniões divergentes de seu Estado-Maior, e de não revelar ao governo o verdadeiro estado de coisas na esfera militar.
A revelação da conduta equivocada do primeiro-ministro e de seus assessores tem todos os ingredientes para exacerbar a insatisfação popular contra o primeiro-ministro, pois pela primeira vez em sua breve história, o Estado de Israel foi derrotado militarmente em uma guerra contra um de seus vizinhos árabes, o que certamente inaugura um novo paradigma na relação deste com seus antagonistas.

Águias e falcões à espreita
O relatório do juiz Winograd leva ao extremo uma situação que já vinha se tornando cada vez mais difícil para o governo liderado por Olmert, assolado por uma seqüência de escândalos políticos e policiais envolvendo seus assessores, e leva os analistas a especularem sobre o futuro político do país.
Embora o primeiro-ministro tenha afirmado que não vai renunciar devido aos erros cometidos na guerra, alguns cenários já se desenham para o futuro próximo. Uma opção é aquela mais desejada pela população israelense: a convocação de novas eleições parlamentares, o que provavelmente traria de volta ao poder o partido Likud (os chamados “falcões”), capitaneado pelo ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Outra opção seria a renúncia de Olmert em favor de Tzipi Livni, sua sucessora natural no partido Kadima, o que evitaria a convocação de novas eleições, porém manteria o governo nas mãos do mesmo partido responsável pelo fracasso no Líbano. Descarta-se a opção que traria de volta ao poder os trabalhistas (os “pombos”), pois o descontentamento popular em relação ao governo Olmert deve-se precisamente à sua “fraqueza” e “moderação” no trato militar com os palestinos e libaneses.
Considerando-se a origem ultranacionalista e o discurso afiado de Tzipi Livni no que diz respeito aos vizinhos árabes e ao Irã, e as já conhecidas e agressivas posições de Benjamin Netanyahu, a diferença, em termos da política externa israelense para os próximos meses, deverá ser negligenciável. Seus inimigos declarados continuarão a ser os mesmos: o Irã com pretensões nucleares, o movimento Hizbollah no Líbano, e os “terroristas palestinos” (definição que engloba toda a população palestina de Gaza e Cisjordânia, submetida há quase 40 anos a controle militar israelense e inevitavelmente antagonista do Estado de Israel).
Quanto a estes, sem dúvida os principais “inimigos” da sociedade israelense, a abordagem do Likud ou do Kadima deve ser semelhante: ambos descartam negociações com os palestinos “enquanto não cessar a violência” e defendem o reforço da ocupação ilegal de amplas áreas da Cisjordânia por meio da construção de novos assentamentos e da extensão da chamada “cerca de Segurança” – que o ex-presidente Jimmy Carter, entre muitos outros, denominou “muro do Apartheid”.
Para aqueles que sofrem as agressões do expansionismo israelense, severamente condenado pelas Nações Unidas ao longo dos últimos quarenta anos, a diferença entre Netanyahu e Livni é a mesma que existe entre uma águia e um falcão, quando vistos pelos olhos aterrorizados de um hamster.

janeiro 12, 2007

Fora da realidade

Plano de Bush para o Iraque esbarra num erro de origem: o mundo não se divide em "defensores da liberdade" e "malvados terroristas"
Foi anunciado neste dia 9 de janeiro o plano do governo estadunidense para dar novos rumos à Guerra do Iraque. Como principal característica do plano, e do discurso do presidente-no-mundo-das-bolhas (ver abaixo), destaca-se o total descolamento da realidade, retratando este conflito como parte da grande "Guerra ao Terrorismo" – uma idéia simplista e maniqueísta que ignora as realidades sociais, o multiculturalismo e sobretudo as relações hegemônicas de poder político e econômico estabelecidos na "sociedade global". Segundo o alienado presidente, "O desafio no Oriente Médio é mais do que um conflito militar, é a luta ideológica decisiva de nossa época; de um lado estão os que acreditam em liberdade e moderação. De outro, os extremistas que matam inocentes.” Simples assim. Os moderados e liberais contra os extremistas que matam inocentes...

Extremistas matam inocentes... O que isso me faz lembrar?
No mesmo dia em que o presidente dizia estas belas palavras, aviões da Força Aérea dos Estados Unidos bombardeavam aldeias ao sul da Somália, visando atingir "membros da Al-Qaeda" responsáveis por ataques a alvos estadunidenses. Até o momento não foi confirmada a morte de nenhum terrorista, ao passo que os relatos indicam mais de 100 civis mortos, incluindo mulheres e crianças atingidas enquanto fugiam da aldeia bombardeada. (Leia mais: Somali elders say civilians killed in air strike, do Middle East Online).

O PLANO PARA O IRAQUE
Segundo o plano de Bush, 17.500 soldados serão enviados a Bagdá e outros 4.000 à província de Ambar - as duas regiões mais instáveis e violentas do "Novo Iraque Democrático". Esta força será complementada por homens do exército iraquiano, e deverá sair às ruas para conter a violência inter-sectária. O governo do Iraque, por sua vez, deverá cumprir uma série de metas para conter a violência sectária e assumir a responsabilidade pela segurança do país até o fim do ano. Além disso, um pacote econômico ajudará a reconstrução do país devastado pela guerra.
No plano, não há menção à inclusão de Síria e Irã no processo diplomático, ao contrário do que sugerem nove entre dez analistas de política internacional interessados na pacificação permanente da região. Pelo contrário, o aluado presidente, em seu discurso, chegou perto de declarar guerra ao Irã, informando a disposição dos Estados Unidos em não permitir que este país desenvolva capacidade nuclear – o que novamente indica o nível de alienação a que chegou Baby Bush, pois, embora os planos de ataque ao Irã estejam prontos há muito tempo, analistas militares afirmam que os Estados Unidos não têm condições materiais e humanas de se envolver em um terceiro front, além de Afeganistão e Iraque.
Vendo o conflito com lentes completamente embaçadas, é pouco provável que o resultado da nova política de Bush seja satisfatória. O aumento de tropas realmente vinha sendo solicitado por críticos da "Doutrina Rumsfeld" (poucos homens e muita teconologia) e pelos comandantes militares no campo de batalha, para poder realmente controlar o país em guerra civil, mas este aumento, segundo estes militares e analistas, deveria ser da ordem de centenas de milhares de soldados, e não de apenas 20.000 soldados. Como afirma o jornalista David Corn, o presidente está jogando; e as fichas são as vidas dos soldados estadunidenses.

GUERRA PERDIDA = DIPLOMACIA
De qualquer forma, não é por meio do envio de mais tropas que a guerra será vencida. Em primeiro lugar, porque já foi perdida, e reconhecer isto é o primeiro passo a ser dado – embora aparentemente ninguém tenha vencido a guerra, a não ser os vendedores de armas e as empresas estadunidenses que ganharam bilhões para reconstruir o Iraque (e não reconstruíram). Co
nsiderando-se a guerra perdida, fica mais fácil uma solução diplomática envolvendo TODOS os atores regionais, visando a solução de TODOS os conflitos regionais – inluido a criação do Estado Palestino com a desocupação israelense da Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental, além da desocupação israelense das Colinas de Golã (Síria) e Fazendas Cheba (Líbano), motivos principais da intransigência que toma conta da região.

NO MUNDO DAS BOLHAS
O importante seria sair do mundo das bolhas e cair no mundo da realidade, mas quem disse que o homem consegue ???
V
eja O presidente Bush e seu mundo (clique sobre o presidente com o mouse e mova-o para onde quiser)
ALTAMENTE RECOMENDADO POR SETEMBRO12 !!!

LEIA MAIS
Digging a Deeper Hole in Iraq David Corn, The Nation
Bush strategy adds more troops to failing Baghdad campaign (Middle East Online)
Bush's 'New Rambos' to Iraq draw skepticism (Middle East Online)

dezembro 31, 2006

Saddam Hussein é executado em operação "queima de arquivo"

Massacres realizados com a cumplicidade de governos ocidentais ficarão sem julgamento

Após um julgamento parcial e sem chances de defesa, o ex-ditador iraquiano Saddam Hussein foi enforcado neste dia 30 de dezembro.
Considerado culpado pela morte de 148 pessoas em Dujail, e imediatamente executado, o ex-ditador não será julgado pelas atrocidades contra curdos ou iranianos - das quais os Estados Unidos foram cúmplices, vendendo armas e dando apoio moral e logístico (veja postagens Condenação de Saddam serve a interesses eleitoriais nos EUA e Pesadelo no Iraque e eleições derrubam Rumsfeld).
A pressa para executar o ex-ditador ainda este ano, pleno de más notícias para a coalizão anglo-estadunidense e seu governo fantoche no Iraque, fez com que os carrascos no atentassem a um dado importante: a execução deu-se no primeiro dia de Eid Al-Adha, a Festa do Sacrifício muçulmana – celebrada para comemorar a disposição do profeta Abraão em sacrificar a Deus seu filho Ismael – o que, em médio prazo, pode significar mais um elemento mitificador do ex-presidente executado.

JULGAMENTO OU FARSA?
A grande confusão que foi o julgamento de Saddam e a rapidez na execução são apenas mais uma parte do legado da ocupação estadunidense do Iraque. Tratou-se, mais do que justiça, de marketing político – não por acaso, o veredicto condenando Saddam ocorreu pouco antes das eleições legislativas nos Estados Unidos, e sua apressada execução, quatro dias após a morte do ex-presidente Gerald Ford, cujas críticas a Bush repercutiam na mídia estadunidense.
Já de princípio o tribunal estabelecido foi ilegítimo, por representar justamente os interesses daqueles que foram massacrados durante a ditadura de Hussein. De fato, a validade do tribunal estabelecido pelo governo que se instalou após a ocupação militar estrangeira é tão nula quanto a validade dos "julgamentos" de Saddam Hussein contra seus inimigos políticos, massacrados sistematicamente nos seus mais de 20 anos de governo.
Além disso, conforme relatório da organização Human Rights Watch (que durante anos denunciou os abusos contra os direitos humanos cometidos por Saddam Hussein), o julgamento foi completamente incorreto devido a uma série de fatores, dentre os quais destacamos:
• o Tribunal foi "enfraquecido desde o início por ações do governo que ameaçaram a independência e a imparcialidade da corte";
• os administradores, juízes, promotores e advogados de defesa iraquianos não tinham o treinamento e conhecimento suficientes para "justa e efetivamente julgar crimes desta magnitude";
• o governo não protegeu textemunhas advogados de defesa - dos quais três foram mortos durante o julgamento!
• "houve graves falhas no julgamento, incluindo o não fornecimento de evidências para a defesa, violação do direito dos advogados de defesa em questionar as testemunhas de acusação, e demonstrações de parcialidade por parte do presidente do juri".


CONSEQÜÊNCIAS
A execução de Saddam Hussein terá conseqüências mais importantes nos Estados Unidos do que no Iraque.
O ganho imediato é do presidente Bush júnior, que saberá tirar lucros da execução do "terrível ditador" – e da incapacidade dos republicanos em propor alternativas ao curso vigente da guerra – para continuar sua insana política de "guerra ao terrorismo", talvez ampliando o número de tropas no Iraque, conforme solicitam seus generais no front, talvez iniciando o ataque ao Irã e à Síria, como recomendam alguns de seus mais próximos conselheiros.
Passada a euforia inicial, entretanto, o resultado da política de Bush será o envolvimento cada vez maior com o pesadelo da guerra no Iraque, que a cada dia assemelha-se mais à "única derrota estadunidense numa guerra": o Vietnã. Significativamente, na data da morte de Saddam chegava a 3.000 o número de soldados estadunidenses mortos no Iraque - o que poderia ter algum impacto sobre uma população ávida por efemérides e números redondos, não fosse o impacto mais forte do enforcamento visto neste penúltimo dia do ano.
Já no Iraque, é provável que ocorram, pelo menos nos primeiros dias, reações violentas por parte dos sunitas contra os xiitas, vistos como aliados dos estadunidenses e responsáveis pela execução de Saddam. A situação no país, porém, é tão grave que dificilmente poderá ficar pior.
As tropas de ocupação e o exército nacional continuam restritas a áreas isoladas, enquanto grande parte do país permanece nas mãos de milícias. A guerra civil já engolfou grande parte do país, e, com o apoio estadunidense e britânico, arma-se a repartição de seu território em três províncias virtualmente independentes. Os movimentos fundamentalistas islâmicos estão se fortalecendo, assim como os grupos terroristas, que desde então encontraram no Iraque sua razão de ser – o Iraque tornou-se, ao contrário do que previa o presidente estadunidense, não uma democracia exemplar, mas uma verdadeira escola de intransigência e terror. A infra-estrutura do país está completamente destruída, faltam energia e água para grande parte da população, e as empresas estadunidenses responsáveis pela reconstrução vêm embolsando os fartos recursos disponibilizados pelo governo sem executar as obras. Os atentados intersectários tornaram-se cotidianos, e o número de civis mortos em quatro anos de guerra ultrapassa os 600.000.
Para a região, que inclui outras áreas vitais da aliança estadunidense-israelense como a Síria e o Líbano, a Palestina, a Arábia Saudita e o Golfo Pérsico, o Irã, o Mar Cáspio e seu entorno, uma previsão otimista para os próximos ano é bastante utópica. A previsão realista é catastrófica.

LEIA MAIS
Frame by Frame: last moments of a tyrant (The Guardian)
Saddam Hussein Special Report (The Guardian)
Show trial and show execution (John Nichols, Middle East Online)
Saddam buried in home village (Middle East Online)

novembro 16, 2006

Pesadelo no Iraque e eleições derrubam Rumsfeld

Para júbilo e esperança daqueles que acreditam num futuro não tão tenebroso para a vida humana, cai o arquiteto dos ataques de 11 de Setembro
Não deu pra resistir: após a avassaladora vitória dos democratas, que assumiram o controle do Senado e da Câmara dos Deputados, o cérebro por trás da Doutrina Bush foi obrigado a pedir demissão. Nos últimos meses, vinha crescendo a oposição a Rumsfeld, não apenas entre os democratas, mas entre os próprios republicanos (vislumbrando a retomada do poder), entre os militares na reserva ou na frente de combate (criticando a incorreção da doutrina militar empregada no Iraque) e entre a população (preocupada com a alta do preço da gasolina e com o número excessivo de baixas estadunidenses - quase 3.000 mortos e mais de 46.000 feridos em três anos de guerra). É claro que a destruição da infra-estrutura do Iraque, o sucateamento dos poderes estatais e fragmentação étnico-religiosa do país, além do chocante número de 650.000 vítimas fatais, não são elementos considerados na política do gigante imperial (gigante, embora com pés de barro).

PROBLEMAS PARA OS DEMOCRATAS
A aparente derrota pode no entanto revelar-se salvadora para Bush. Com o controle das duas casas do Congresso, os democratas podem vetar a continuação da guerra no Iraque, exigindo a retirada imediata das tropas, ou estabelecendo prazos para a retirada gradual. De qualquer maneira, ficará mais fácil ao presidente em término de mandato justificar-se pelo fracasso estadunidense no Iraque (que, mais cedo ou tarde, ficará flagrante até mesmo para o aluado presidente e seus auxiliares diretos): afinal, terão sido os democratas os responsáveis pela derrota, ao imporem a retirada ou impedirem o envio de novas tropas. Por outro lado, se os democratas permitirem o aumento das tropas no Iraque, estarão apenas antecipando sua própria ruína, pois um número maior de soldados não garantirá a vitória – pelo contrário, aumentará o tamanho da derrota.

HISTÓRIA: RUMSFELD & SADDAM
Em 1983 e 1984, como enviado especial do presidente Ronald Regan, Rumsfeld esteve no Iraque, procurando reestabelecer relações diplomáticas de alto nível com o regime iraquiano, o que não ocorria desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967 (na foto, Saddam e Rumsfeld, em dezembro de 1983). Preocupados com o fortalecimento da República Islâmica do Irã (criada após a Revolução de 1979, que depôs o aliado estadunidense, xá Reza Pahlev), os Estados Unidos e as demais "potências ocidentais" forneceram armas e informação para o Iraque no confronto com o vizinho islâmico (os Estados Unidos venderam armas também ao Irã, assegurando que os dois se matassem, deixando os destroços para a rapinagem ocidental). Anos depois, ao invadir o Kwueit, Saddam acabou por perder seus antigos aliados.
Ver mais: Saddam Hussein, Donald Rumsfeld & the golden Spurs (ZMag)

novembro 08, 2006

Massacre em Gaza

Na calada da noite, bombardeio indiscriminado do Estado sionista mata crianças e mulheres palestinas
Com os dezoito mortos no ataque de ontem a Beit Hanun, sendo oito crianças e cinco mulheres, passam de 300 os palestinos mortos na Faixa de Gaza desde junho, quando o Estado sionista iniciou a vingança pelo seqüestro de um soldado de seu exército.
Líderes de (quase) todo o mundo imediatamente condenaram o massacre sionista em Beit Hanun - quase todo o mundo: como era de se esperar, até o momento os Estados Unidos eximiram-se de condenar a violência sionista, dando carta branca para o Estado judaico insistir na sua política de extermínio e encarceramento da população palestina.
No Líbano, o seqüestro de dois soldados sionistas pelo Hizbollah havia desencadeado a Guerra de Julho, quando, após despejar milhares de toneladas de bombas sobre a população civil e a infra-estrutura do Líbano, o Exército sionista foi vergonhosamente derrotado pela milícia libanesa, tendo de se retirar do país após a chegada dos capacetes azuis da ONU.
Já na Palestina, que não tem as mesmas conexões internacionais que o Líbano, o massacre continua desde o mês de junho, quando foi seqüestrado o soldado Gilad Shalit, e os mortos entre a população da Faixa de Gaza já ultrapassam os 300.
No ataque desta quarta-feira, o pior ataque isolado contra palestinos em quatro anos, 18 pessoas foram mortas (sendo 13 da mesma família) e mais de 50 ficaram feridas em ataque da artilharia sionista a um conjunto de cinco blocos de apartamentos, onde dezenas de famílias dormiam. Testemunhas relatam que as explosões foram tão violentas que pedaços dos corpos das pessoas que dormiam espalharam-se pela rua. Segundo o Exército sionista, tratou-se de uma "fatalidade", pois estes civis ocupavam áreas das quais foram sido disparados foguetes contra o Estado judaico (na última semana foram disparados 36 destes foguetes, causando ferimentos leves em três cidadãos do Estado sionista).
Em outros eventos no mesmo dia, dois palestinos foram mortos no campo de refugiados de Jabaliya, e cinco outros numa incursão sionista a uma aldeia próxima de Jenin, elevando para 80 o número de palestinos mortos na última semana.


Círculo vicioso
Alguns líderes do grupo Hamas e mesmo do moderado partido Fatah clamaram pela retomada dos ataques suicidas contra o Estado sionista, dois anos após estas facções terem concordado em cessar estes ataques dentro do território sionista. Como diversos analistas já alertar, entretanto o governo militarista do Estado sionista parece ignorar, é a conduta expansionsita, belicista e desumana do Estado sionista que gera a resistência palestina, e uma das formas que esta resistência assume (pela falta de acesso a armas mais eficientes) é o ataque suicida. Esperem para breve, portanto, novos ataques suicidas contra a população sionista vivendo em suas grandes cidades.


VER MAIS
Children among 19 killed by Israeli tank fire (The Guardian)
Israel kills 18 civilians in Gaza shelling (Reuters)
Wounded Gaza teenager mourns 13 family members (Reuters)
Scores of Palestinians killed in Gaza massacre (Middle East Online)
Hamas chief threatens to avenge Gaza massacre (Middle East Online)
Israel 'apology' as Palestine mourns dead (Al-Jazeera)

novembro 06, 2006

Condenação de Saddam serve a interesses eleitorais nos EUA

Foi bastante conveniente para o Partido Republicano, no poder nos Estados Unidos, a condenação à morte do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein, ocorrida dois dias antes das eleições para o congresso e para alguns governos estaduais nos EUA.
A condenação vem em boa hora para os formuladores de políticas estadunidenses, pois vinha aumentando a intensidade das críticas à condução da guerra, o que indiretamente ameaçava a manutenção do poder legislativo nas mãos dos republicanos. Esta notícia vem se somar ao pequeno rol de boas notícias acumuladas pelos invasores nesta guerra, tais como a deposição do próprio Saddam, sua prisão, a aprovação de uma constituição e de um governo iraquianos, que o presidente estadunidense tenta vender a seus eleitores como evidências da vitória da "democracia" sobre o "terrorismo" - escondendo a triste realidade dos 3.000 mortos estadunidenses e 600.000 mortos iraquianos de uma guerra a cada dia mais violenta.
A execução de Saddam Hussein, responsabilizado pela morte de 148 xiitas em Dujail, em 1982, além de servir de alimento para a alma do público conservador estadunidense, teria uma importante finalidade para os Estados Unidos e aliados: evitar um novo julgamento, em que o antigo ditador seria julgado pelo massacre de 180.000 curdos entre os anos de 1986 e 1888 - massacre este realizado com armas químicas fornecidas pelos Estados Unidos e pela Grã-Bretanha, à época os grandes mantenedores da ditadura de Saddam. Entretanto, colocaria para os Estados Unidos um novo problema: transformaria Saddam Hussein num herói para as massas árabes, especialmente sunitas.
O processo, assim, tem andamento certo: condena-se o antigo ditador em primeira instância, realizam-se as eleições nos Estados Unidos, e posteriormente comuta-se a pena para algo menos impactante sobre o imaginário sunita, como uma prisão perpétua, empurrando-se com a barriga um eventual processo pela limpeza étnica dos curdos até que o antigo ditador morra de "causas naturais", enterrando consigo todos os segredos que não devem ser revelados.

PS: Não é excessivo lembrar que grande parte da comunidade internacional vem considerando inválido o tribunal estabelecido para julgar Saddam, pois foi criado e conduzido por aqueles que destituíram o antigo ditador do poder, enquanto o mais correto e legítimo seria levar o ditador a julgamento na Corte Internacional de Justiça.

setembro 29, 2006

Rumo ao fascismo estadunidense

Nesta quinta-feira (28/set), o senado estadunidense aprovou a Lei 3930, conhecida por seus opositores como "lei da tortura", concedendo ao presidente o poder de mandar prender quem ele definir que é um "combatente inimigo", por quanto tempo julgar necessário, e sem que a pessoa tenha sido acusada formalmente ou possa contestar a prisão no tribunal. Além disso, segundo a nova legislação, cabe ao presidente definir, secretamente se quiser, quais procedimentos poderão ser usados no interrogatório de presos militares. Foi autorizado o uso de procedimentos que não causem danos físicos "sérios" ou problemas psicológicos "permanentes" nos interrogados - o que nos permite concluir que se autorizam apenas procedimentos que provocam danos físicos "moderados" e problemas psicológicos "temporários".
Trata-se de um dos maiores retrocessos no histórico de ataques às liberdades civis promovido pelo governo neoconservador de George Bush júnior, e marcado pela publicação do "Ato Patriota" após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, praticamente extinguindo os direitos civis nos Estados Unidos. Pelo Ato Patriota, por exemplo, a justiça pode prender cidadãos acusados de "terrorismo" sem acusação formal. Com a nova lei, são criados tribunais militares de exceção, nos quais os suspeitos de terrorismo serão processados segundo legislação própria, e não de acordo com a Constituição estadunidense, com provas às quais nem sempre terão acesso e com confissões que podem ter sido obtidas por meio do uso da tortura - o que contraria as determinações para o tratamento dos prisioneiros de guerra estabelecidas na Convenção de Genebra.

Assim, a cada dia os Estados Unidos mais se aproximam do ideal fascista de controle totalitário da sociedade – programa que sob Hitler havia atingido, até então, seu extremo. Preocupa-nos pensar que a superpotência de hoje é mais poderosa do que a Alemanha do III Reich.

setembro 25, 2006

"Guerra do Iraque provoca o crescimento do terrorismo islâmico"

É o que pensam as agências de informação dos Estados Unidos - ao contrário do aluado presidente que afirma: "estamos vencendo"...
O documento confidencial National Intelligence Estimate foi revelado pelo reporter Mark Mazzetti, do New York Times, em Spy Agencies Say Iraq War Worsens Terrorism Threat. Segundo os informantes consultados pelo reporter, o relatório afirma que o radicalismo islâmico, mais do que diminuir, vem aumentando e espalhando-se pelo globo, e que a Guerra do Iraque é uma das razões para a difusão da "ideologia jihadista", tornando o problema do terrorismo muito pior.
Isso não chega a ser uma novidade - mas é bom vermos a grande mídia e membros do próprio governo estadunidense reconhecerem isto. T
odos aqueles de bom senso já previam uma escalada da oposição militante anti-imperialista no momento em que a superpotência mundial decidisse usar seu poder unilateral de intervenção sobre o Iraque. Se o terrorismo era apenas mais um problema a ser considerado entre os graves desafios do século XXI (sendo a questão ambiental a verdadeira prioridade), após as atitudes impensadas do governo Bush o terrorismo vem se tornando realmente uma questão prioritária - inclusive porque o próprio governo foi responsável pelo maior de todos os ataques terroristas: o 11 de Setembro.
O Iraque tornou-se uma escola de terroristas, e como todo produto de boa qualidade ou de baixo preço no mercado global, estes logo serão exportados - certamente muitos para os Estados Unidos, o maior mercado consumidor do mundo... É bom a população estadunidense abrir os olhos para as políticas inconseqüentes de seu governo, pois as conseqüências destes desvios serão brutais.

setembro 23, 2006

Hizbollah reúne 500 mil para celebrar vitória sobre Estado Sionista

Exército sionista se retira quase integralmente do sul do Líbano; ocupação das Fazendas Cheba dará motivos a novos confrontos com o Hizbollah
Nesta sexta-feira, os últimos soldados sionistas se retiraram das regiões libanesas ocupadas na "guerra dos 34 dias", sendo substituídos por efetivos do exército libanês, que retorna à região após mais de 40 anos de ausência, e pelas forças da FINUL (Força de Interposição das Nações Unidas no Líbano), os famosos "capacetes azuis". A retirada efetiva do território libanês, entretanto, não se concretizará, pois o Estado sionista permanece em poder das Fazendas Cheba, junto à fronteira Síria, o que continuará a dar motivos ao governo libanês e ao Hizbollah para se manterem em estado de beligerância com a entidade sionista.


Beirute comemora
Enquanto isso, no subúrbio ao sul de Beirute, destruído pelos bombardeios sionistas, o líder do Hizbollah, Hasam Nasrallah, reuniu uma multidão de 500.000 pessoas para comemorar a vitória sobre o Estado sionista e seu "invencível exército" - agora já não mais. O líder afirmou que o Hizbolllah não se desarmará enquanto

LEIA MAIS
O Estado de São Paulo reproduz uma boa reportagem da AP - com um grande desvio ideológico logo na manchete: as aspas na palavra "vitória": Hezbollah reúne 500 mil para celebrar "vitória" sobre Israel.
As aspas desvirtuam a realidade, pois TRATOU-SE, SIM, DE UMA VITÓRIA SOBRE O ESTADO SIONISTA. Este entrou em guerra contra o Líbano visando resgatar os soldados seqüestrados e destruir o Hizbollah. Não conseguiu nem uma coisa, nem outra - ao contrário, o movimento de resistência libanesa terminou a guerra mais forte do que em seu início. Portanto, a manchete correta é:
Hizbollah reúne 500 mil para celebrar vitória sobre Israel

setembro 21, 2006

Se isso não é guerra civil...

Enquanto os governos do Ocidente e o secretário-geral da ONU alertam para a possibilidade de que uma guerra civil venha a ocorrer no Iraque, a realidade da população iraquiana indica que a guerra civil já ocorre há muito tempo - conjugada com a guerra contra os exércitos invasores dos EUA, Grã-Bretanha & Aliados.
Os últimos números fornecidos pela ONU indicam que, nos meses de julho e agosto, 6.599 civis iraquianos foram mortos - uma média superior a 100 mortes por dia (Morte de civis atinge número recorde no Iraque, O Estado de São Paulo). No total, estima-se por volta de 45.000 os iraquianos mortos desde o início da guerra (ver números em Iraq Body Count).
E, assim, vai se concretizando o plano imperialista: a divisão do Iraque em três novos Estados étnicos e sectários, tornando mais fácil a apropriação de seus recursos energéticos (como nos anos 1930 a 1950 se fez com o mesmo Iraque e com a Arábia, sendo criados o Kwuait e os diversos emirados árabes, tais como Bahrein, Omã e Catar). A velha máxima de Machiavel continua mais do que nunca valida: dividir par governar.
Do ponto de vista do invasor, a situação tampouco é confortável. Hoje encontram-se no Iraque 147.000 soldados estadunidenses - o dobro do que havia sido previsto há um ano, quando, de maneira otimista, a liderança militar ianque prometia a diminuição gradual dos contingentes - e já se fala na necessidade de mais homens para garantir a segurança do povo iraquiano (leia-se petróleo). O número de mortes entre os soldados também vem se mantendo alto (média acima de 2,5 mortes e 20 feridos por dia) - o que significa que, a cada soldado estadunidense morto, morrem mais de 40 civis iraquianos. Números oficiais dão conta de 2.926 soldados da coalizão mortos, sendo 2.692 estadunidenses. (ver números em
I-Casualties. org - OIF) O que dizer da espalhafatosa aparição de Bush num porta-aviões em maio de 2003, para anunciar "missão cumprida"? Fosse ele lusófono, e acreditaríamos que ele quis dizer "missão comprida"...
E, no Afeganistão, revela-se estranha estatística para quem acreditava que destruir o Talebã seria um "passeio": o número de soldados da "coalizão" mortos vem crescendo ano a ano (com a exceção de 2003), e os últimos meses têm visto a escalada do conflito (com novos soldados sendo enviados pela coalizão). Só para ilustrar: enquanto no ano de 2002 foram mortos 68 soldados, no ano de 2006 (incompleto) o número chega a 157. (ver números em
I-Casualties.org - OEF) Enquanto isso, sob o governo endossado pelos Estados Unidos, as plantações de papoula para a produção de ópio voltam a níveis pré-Talebã.
Qualquer semalhança com o Vietnã não é mera coincidência. Até o quarto ou quinto ano do envolvimento estadunidense na Indochina, o país não havia percebido que estava em guerra. Os números, tanto de soldados enviados à Ásia como de mortos em combate, não eram significativos para comover a população, ou para prever os 15 anos de conflito que tirariam a vida de 55.000 estadunidenses e um milhão de vietnamitas. Apenas quando o envolvimento ianque entrou em seu décimo ano (por volta de 1968) o número de baixas começou a ser realmente questionado pela população - e mesmo assim, os militares continuavam afirmando: "Estamos próximos da vitória final". A vitória final, efetivamente, viria apenas em 1975 - a vitória do Vietnã do Norte comunista.

setembro 04, 2006

A "guerra ao terrorismo" de Bush Jr

A cada dia torna-se mais evidente o fracasso da "guerra ao terrorismo" empreendida pelo inepto presidente dos Estados Unidos. No Iraque, a "democracia" implantada por Washington levou à guerra civil entre as seitas e etnias, e a cada dia registram-se mais uma centena de mortos entre a população civil. Na Palestina, a chegada ao poder do Hamas levou a uma nova onda de violência por parte do Estado sionista, que desde então seqüetrou 28 deputados e quatro ministros palestinos, além de ter apertado a repressão à população palestina da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, com bombardeios diários nos territórios ocupados. No Líbano, a ação empreendida pelo Estado sionista, autorizada por seus mantenedores e apoiadores na América, acabou por fortalecer o Hizbollah (na foto, o líder Hasam Nasrallah) e criar uma onda universal de repúdio à aliança sionista-imperialista.
Diante da incompetência estadunidense para lidar com a política internacional, a cada dia o presidente do Irã mostra-se mais à vontade no seu papel de líder da coalizão anti-imperialista que vem se formando pelos continentes afora, e que levou no fim de agosto os presidentes da Síria, Bashar al-Asad, e da Venezuela, Hugo Chavez, a fazer declarações conjuntas de amor recíproco e unidade na luta anti-imperialista (foto).

SELEÇÃO DE ARTIGOS DO MIDDLE EAST ONLINE
Bush's Terror Analysis: Erroneous and Exaggerated por Rami Khouri
Four American Allies in Deep Trouble por Patrick Seale
Bush zeroes in on 'Islamic fascism' por Olivier Knox
Olmert under fire as cracks appear in coalition over Lebanon por Yana Dlugy
Is the Middle East Heading for Peace or War? por Patrick Seale
Chavez hails Syria's shared rejection of US 'imperialism, hegemony' por Roueida Mabardi

agosto 30, 2006

Crise no governo sionista

Derrota contra o Hizbollah diminui popularidade de Ehud Barak
O Estado sionista vem enfrentando uma grave crise política, após a vergonhosa derrota de seu super-equipado exército frente aos guerrilheiros do Hizbollah e a série de escândalos envolvendo os principais nomes do governo:
• o presidente Moshe Katsav é investigado por alegações de assédio sexual e corrupção. No último dia 23, foi interrogado por cinco horas pela polícia, que ainda confiscou seu computador pessoal e documentos particulares.
• o ministro da Justiça Haim Ramon renunciou no dia 21 de agosto, após ser acusado de abusar sexualmente de uma soldado de 18 anos de idade.
• o primeiro-ministro Ehud Olmert está sendo investigado pela compra de um apartamento de alto luxo em Jerusalém;
• o chefe do Estado-Maior, General Dan Halutz, está sofrendo forte crítica por ter vendido suas ações imediatamente antes de iniciar a guerra contra o Hizbollah.
• e, para completar, o governo como um todo vem sendo criticado pelo público e pelos partidos à esquerda e à direita por não ter conduzido a guerra corretamente.

No último sábado, o jornal Yedioth Ahronoth publicou uma pesquisa que aponta que 63% dos israelenses desejam a renúncia de Egud Olmert (outros 74% desejam a renúncia do ministro da defesa, Amir Peretz).
Nesta terça-feira (29), o primeiro-ministro anunciou um inquérito sobre a guerra, porém vetou uma investigação independente - o inquérito está portanto fadado fracasso, pois os investigadores serão os próprios investigados!

agosto 24, 2006

Crimes de guerra (2)

Anistia Internacional acusa Estado Sionista por crimes de guerra
O relatório da Anistia Internacional publicado ontem (23/ago) afirma que a destruição de edifícios e estruturas civis vão além dos "efeitos colaterais", caracterizando-se como ataques indiscriminados e desproporcionais conforme as leis de guerra da Convenção de Genebra. O bombardeio de centrais elétricas, estações de tratamento de água, aeroportos, portos e rodoviárias, foi "deliberado, e parte integral de uma estratégia militar. [...] Muitas das violações identificadas são crimes de guerra." O relatório descreve a destruição de até 90% de algumas vilas e cidades no sul do Líbano. Em muitos casos, identificou-se o uso de bombas de fragmentação.

VEJA AQUI AS IMAGENS DE SATÉLITE ANTES E DEPOIS DOS ATAQUES SIONISTAS
NÚMEROS DA GUERRA
34 dias de guerra

NO LÍBANO
2.500 morteiros disparados pelos navios sionistas
7.000 ataques aéreos sionistas
1.183 civis mortos, dos quais cerca de um terço eram crianças
4.054 pessoas feridas
970.000 deslocados de guerra
2 hospitais destruídos, e outros seriamente danificados
25 postos de gasolina destruídos
94 estradas destruídas
120 pontes destruídas
900 estabelecimentos comerciais destruídos
30.000 casas destruídas
31 outros "pontos vitais" destruídos (aeroportos, portos, estações de tratamento de água e esgoto, estações elétricas)
NO ESTADO SIONISTA
4.000 foguetes disparados pelo Hizbollah
40 civis mortos
300.000 pessoas deslocadas para abrigos subterrâneos
EM COMBATES NA FRONTEIRA
117 soldados sionistas mortos
100 a 500 milicianos do Hizbollah mortos (a organização afirma que se tratam de 100; o governo sionista afirma que foram 500 os milicianos mortos)

LEIA MAIS
Anistia Internacional

Attacks on civilians need immediate investigation
Deliberate destruction or "collateral damage"? Israeli attacks on civilian infrastructure
Destruction of civilian infrastructure
Galeria de Imagens

agosto 22, 2006

Bombas de fragmentação ameaçam libaneses

Desde o cessar-fogo em 14 de agosto, bombas de fragmentação já deixaram treze mortos e dezenas de feridos
(atualizado em 31 de agosto de 2006)
Entre as pilhas de concreto destruído, um pequeno metálico chama a atenção das crianças: ao tocá-la, o que parecia um inofensivo brinquedo revela-se uma arma fatal.
São as bombas de fragmentação - também conhecidas como granadas - despejadas pelo Estado sionista sobre o Líbano. Estas bombas são despejadas por foguetes que as espalham por uma área do tamanho de um campo de futebol. Entretanto, apenas 75% delas explodem ao atingirem o alvo: as demais permanecem latentes, esperando uma vítima para despertá-la.
Contrariamente ao que determina a lei internacional, Israel despejou milhares de bombas de fragmentação sobre áreas povoadas - como o vilarejo de Tibnin, onde foram encontradas 210 delas ao redor do hospital da cidade.

O bombardeio maciço com bombas de fragmentação sobre o sul do Líbano deu-se nos dois últimos dias da guerra - depois, portanto, do cessar-fogo ter sido decidido na ONU, embora ainda não implementado de fato. Tratou-se portanto de um consciente crime de guerra visando manter a população do sul do Líbano em estado de terror pelos muitos anos que virão à frente.
Estima-se que os bombardeios sionistas dos últimos dias de guerra tenham deixado pelo menos 100.000 granadas não explodidas no Líbano (na foto, um foguete que não explodiu) - que se somam às milhares de minas colocadas pelo Estado sionista nos 18 anos de ocupação do Líbano, e que são um dos motores da resistência libanesa. Sua
procedência é conhecida: o grande produtor de armas mundial e financiador do Estado sionista - apenas no ano passado, a ajuda militar dos Estados Unidos aos sionistas foi de US 2,2 bilhões, gastos em armamentos produzidos por eles próprios.
O representante da ONU no sul do Líbano, Chris Clarke, que já trabalhou na limpeza de minas e bombas em Kosovo, Kuwait, Sudão e Bosnia, afirmou que "esta é a pior contaminação de bombas de fragmentação que jamais vi". As bombas estão espalhadas por todo o sul do Líbano, nos jardins das casas, nas ruas e avenidas, em volta de hospitais e postos de gasolina, esperando o momento para fazer mais uma vítima da insanidade sionista.

HISTÓRIA
As bombas de fragmentação foram usadas pela primeira vez pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial, mas tornaram-se uma arma regular dos exércitos dos EUA, França e Inglaterra desde então.

O mais conhecido vetor para as bombas de framentação é o foguete M26, que espalha 644 bombas M77 (sub-munições) sobre uma área de 2000 metros quadrados. As bombas M77, por sua vez, ao explodir espalham cerca de 300 pequenos pedaços de metal - "pessoas são decapitadas, pernas, braços, mão e pés são arrancados do corpo, e qualquer pessoa que ficar viva na vizinhança se transforma numa grande massa de sangue".
Sob condições de teste, 23% das bombas não explodem no momento do impacto.
Os Estados Unidos dispõem de 370.000 foguetes M26 em estoque.

VER MAIS
Se você quer conhecer os malefícios das bombas de fragmentação, consulte Documents on Cluster Bombs, no site do Human Rights Watch.
Se, pelo contrário, você deseja conhecer os "benefícios" do Foguete M26, consulte o material promocional na
Lockheed Martin.
Leia também a reportagem do The Independent: Pressure for ban on cluster bombs as Israel is accused of targeting civilians

agosto 19, 2006

Mentiras de Estado (4): filmes sobre o 11 de Setembro

A Grande Farsa, com riqueza de detalhes: baixe e divulgue os filmes!
Começam a surgir vários filmes tendo como tema a Grande Farsa do 11 de Setembro. Muitos deles são estadunidenses - é um alívio perceber que alguns escapam à alienação.
Setembro12 selecionou alguns dos mais importantes, de uma extensa lista disponível no site
Question 911. É possível baixá-los e arquivar vários deles em um CD. Faça muitas cópias e distribua amplamente - como sugerem os próprios autores dos filmes. E, se tiver possibilidade, adquira os DVDs originais - que, além de remunerar o trabalho dos autores, têm uma qualidade de vídeo muito superior à do vídeo comprimido da internet.

LOOSE CHANGE 2nd EDITION
Excelente documentário produzido e dirigido por Dylan Avery. Baseado em extensa evidência comprovando: 1) o Pentágono foi atingido por um míssil, e não por um avião comercial; 2) o colapso das Torres Gêmeas e da Torre 7 foi causado por explosivos ali colocados com antecedência; 3) existe envolvimento de homens do governo estadunidense no atentado. 120 min.
Sítio oficial:
www.loosechange911.com
Baixar o filme: Parte 1 Parte 2 Parte 3

IN PLANE SITE
Dirigido por William Lewis e escrito por David Vonkleist, detém-se especificamente sobre os dois aviões que atingiram as torres do World Trade Center. Comprova-se que não se tratam de aviões comerciais, mas de aviões militares, dotados de mísseis disparados imediatamente antes do contato com as torres. 72 min.
Sítio oficial:
www.911inplanesite.com
Baixar o filme: Parte 1 Parte 2

MARTIAL LAW
Filme do jornalista Alex Jones, aborda outro importante aspecto relacionados à grande farsa do 11 de setembro: o terrorismo usado pelo governo estadunidense para apavorar a população e a implantar o Estado policial. Perde muito tempo malhando o Michael Moore (por pintar Bush como palhaço, e não como cúmplice) e os comunistas, mas de um modo geral traz outras revelações importantes, como: 1) os interesses por trás da demolição do Prédio 7 (ocupado por agências do governo); 2) os interesses por trás da demolição das Torres Gêmeas (adquiridas por Larry Sylverstein dois meses antes dos ataques); 3) a evacuação da familia Bin Laden dos Estados Unidos quando todos os vôos ainda estavam proibidos.
Sítio oficial:
http://martiallaw911.info
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agosto 16, 2006

O humor como arma (2)

O trabalho de alguns cartunistas brasileiros faz bastante sucesso entre a crescente comunidade anti-imperialista e anti-sionista que se espalha pelo mundo - e especialmente pelo Oriente Médio. O Brasil, aliás, foi o terceiro país com maior número de inscrições no concurso promovido pelo governo do Irã (ver postagem anterior). Setembro12 apresenta a seguir uma seleção de trabalhos do cartunista Latuff, um dos selecionados para a mostra do Irã (veja as galerias We are all Palestinian e Tales of Iraq War). Clique nas imagens para ampliar.






O humor como arma (1)

O governo do Irã inaugurou nesta semana o concurso de caricaturas sobre o holocausto - uma resposta à publicação em jornais ocidentais de caricaturas envolvendo o profeta Maomé. Como se vêem pelas amostras disponíveis no site Iran Cartoon, o tema do holocausto não foi realmente colocado em questão pelos cartunistas, porém serviu como pretexto para as charges que retratam a ocupação sionista da palestina, e os crimes de guerra e contra a humanidade cometidos pelo Estado sionista com a cumplicidade dos Estados Unidos. Não deixe de visitar o site Iran Cartoon, especialmente a sessão Daily Cartoon, de onde foram extraídos alguns dos desenhos exibidos adiante (clique nas imagens para ampliar).