agosto 14, 2006

Paz da ONU tem poucas chances de sucesso

Resolução do Conselho de Segurança da ONU, exigindo o cessar-fogo no Líbano, é parcial e incompleta.

Foi finalmente aprovada a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, exigindo das partes envolvidas o cessar-fogo imediato. Horas antes de seus termos entrarem em vigor, as forças sionistas lançaram um ataque aéreo sem precedentes sobre a capital do Líbano, Beirute. No pior ataque, a assassina força aérea sionista despejou, no espaço de dois minutos, vinte bombas sobre um bairro xiita ao sul da capital, destruindo completamente onze edifícios residenciais e provocando mais de 24 mortes. Além disso, mais de 30.000 soldados permanecem estacionados no sul do Líbano, enfrentando a forte resistência dos guerrilheiros do Hizbollah.
Embora alguns tenham uma expectativa otimista quanto às possibilidades efetivas de pacificação da região, o mais provável é a manutenção da insegurança tanto para o Líbano quanto para o Estado sionista. Isto se deve ao fato de que a resolução não toca nos pontos fundamentais do conflito: da parte do Líbano, a exigência de que o Estado sionista abandone as fazendas Cheba, ocupadas desde 1982, e que solte os prisioneiros ilegalmente detidos; da parte deste, a exigência do desarmamento do Hizbollah e a entrega dos soldados feitos reféns pela guerrilha libanesa. Ademais, qualquer pacificação duradoura do Oriente Médio passa necessariamente pela aceitação sionista da Resolução 242, de 1967, que obriga o Estado judeu a desocupar os territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias. As Nações Unidas, entretanto, com sua prática política totalmente enviezada em favor do Estado sionista, não exigem deste a obediência às resoluções do Conselho de Segurança, o que se exige de outros Estados como o Iraque ou o Líbano.

FRACASSO
Outros indícios de que o cessar-fogo provavelmente terá vida curta é o fato de o Estado sionista não conseguiu alcançar seu objetivo com os ataques ao Líbano: destruir a capacidade militar do Hizbollah. Isto fica evidente quando se verifica que, no último dia de combates antes do início do cessar-fogo, a guerrilha islâmica disparou mais de 200 foguetes contra o norte de Israel (provocando uma morte), e o exército invasor sionista perdeu 24 soldados em confronto com a resistência libanesa. Mais uma vez comprova-se que os maciços bombardeios aéreos têm pouca eficiência contra movimentos de resistência que lutam em seu próprio solo, pela sobrevivência de sua própria nação (como se viu no Vietnã e se vê no Iraque e na Palestina). Desta forma, é provável a manutenção da ocupação sionista do sul do Líbano até a efetiva chegada de uma força de paz multinacional, o que por sua vez dará ao Hizbollah a justificativa para manter os ataques aos soldados invasores.
Embora o grande perdedor deste conflito tenha sido a população civil libanesa, pode-se argumentar que o Estado judaico também saiu bastante prejudicado do conflito, devido a uma série de fatores: 1) o poderoso aparato militar sionista não mais é visto como invencível pela opinião pública árabe e muçulmana (de um modo geral as ações terrestres no sul do Líbano foram mal-sucedidas e causaram número elevado de baixas); 2) a destruição sistemática do Líbano e o assassinato indiscriminado de civis é mais uma grave marca na reputação desfavorável do Estado sionista entre a comunidade internacional e especialmente árabe e islâmica (que dificilmente perdoará mais este ato desumano do Estado judeu); 3) é amplamente reconhecido que um verdadeiro processo de paz na região deve incluir os inimigos estadunidense-sionistas, Irã e Síria, assim como o próprio Hizbollah e o Hamas, e deve ser um processo completo, exigindo de Israel a retirada dos territórios ocupados em 1967 e o cumprimento da Resolução 242.


Iniciada no dia 12 de junho de 2006, esta batalha entre o Estado sionista e o Hizbollah provocou (atualizado em 18/ago):

NO LÍBANO:
Civis: 1.181 mortos
Hizbollah: não informado

EM ISRAEL:
Civis: 40 mortos
Militares: 117 mortos

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